Homossexual é agredido na Lapa após sair de boate

Um gerente de tecnologia da informação de 35 anos foi agredido na Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, na madrugada de domingo (16). A vítima, que pediu para não ser identificada e declara ser homossexual, foi agredida com barras de ferro, socos e chutes. Ele teve ferimentos no rosto e diz ter sido vítima de homofobia.

Depois de deixar a boate The Week, na Rua Guaiacurus, o gerente conta que estacionou o carro para conversar com um amigo na Rua Emílio Goeldi, próximo à Avenida Ermano Marchetti, por volta das 3h, quando quatro homens armados com barras de ferro desceram de dois carros.

“Eles já chegaram dando cavalo de pau e disseram: ‘Corre, seus veados, vamos matar vocês’. O motivo, com certeza, foi homofobia. Eles sabem que a região é frequentada por gays”, disse. Os dois amigos ainda correram, mas apenas um deles conseguiu escapar.

“Chegou uma hora em que eu não conseguia mais correr. Pelo menos dois deles me bateram, deram chutes na barriga. Durante a agressão, eu desacordei e não vi mais nada”, disse o gerente à reportagem, por telefone.

A vítima, que já retomou sua rotina de trabalho, disse que passa bem. “Estávamos apenas conversando, não estava beijando ou abraçado. Não entendo por que tanto ódio a ponto da pessoa querer matar a outra por causa da sua opção sexual”, declarou.





Depois de ser agredido, um policial relatou que são comuns agressões desse tipo na região, segundo o gerente. “Ele me disse para não frequentar mais aquela região, porque estão acontecendo vários casos de agressão. Eles deveriam agir em cima desses agressores e prendê-los”, contou.

As estatísticas da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam que 222 casos de agressão corporal dolosa – com intenção – foram registrados no 7º DP até o mês de outubro de 2012. No entanto, essas estatísticas não detalham o que teria motivado as agressões.

O gerente foi levado para o Hospital São Camilo. O caso de lesão corporal foi registrado no 7º Distrito Policial, na Lapa. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o crime. O rapaz prestou depoimento na tarde desta terça-feira (19).

O delegado responsável pela investigação do caso, Rubens Barazal, defende que é cedo para classificar a agressão como homofobia. “Estamos em fase de coleta de informações. A condição de homossexualidade dele insinua que a agressão foi por esse motivo, mas ainda não podemos afirmar nada. Estamos buscando testemunhas e possíveis imagens do ocorrido para identificar os agressores”, disse.

Fonte: G1





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